Eu fiquei tão emocionada que achei que deveria postar para vocês ...
Um rapaz que tinha tudo para ser mais um na estatística, superou seus próprios limites e de uma dura realidade surpreendeu a muitos com sua persistência e força de vontade.
Ao ler a matéria do canal R7, fiquei pensando no quanto as pessoas ainda duvidam ou buscam maneiras para não acreditar em seu potencial deixando de lutar pelos sonhos por qualquer motivo banal. Cícero (o rapaz do documentário) enfrentou todo tipo de afronta que você possa imaginar,além de passar muita fome, perder o pai quando tinha apenas 7 anos ele percebeu que precisava acreditar em algo e seguir adiante, e foi exatamente o que ele fez, encontrou nos livros (retirados do lixo) a fonte da sua motivação, descobrirá ali, com os livros, que sim, era possível sonhar e porque não realizar.
Ele sabia que não seria nada fácil teria um longo e espinhoso caminho pela frente, mas ele decidiu acreditar.
E foi pensando assim, eque tudo começou a mudar na vida desse guerreiro, ele não parou nem por minuto, pois lá no fundo ele sabia que para vencer ele precisava acreditar, não nas pessoas mas sim em si próprio.
Buscou nos livros e na música clássica a fonte da sua motivação e aprendizado. E quem diria, ele superou o que parecia insuperável, venceu seus próprios limites com muita força de vontade, prosseguiu até onde seu coração lhe mandava ir, e o que parece Cícero não enxerga obstáculos só horizontes.
E lembre-se sempre: nunca diga que "fulano ou ciclano" conseguiu algo fácil, mas diga: Ele batalhou e muito, pra chegar aonde está. Não inveje seu amigo,mas tenha-o como exemplo para sua vida. Cada um sabe a cruz que teve que carregar pra chegar no alvo. É como diz a canção: Quem acredita sempre alcança.
Ele tinha tudo para dar errado. Mas decidiu contrariar os paradigmas de um garoto pobre, negro e criado em meio à violência, drogas e alcoolismo. Cícero Pereira Batista tem 33 anos que podem ser triplicados pelas experiências que viveu. Após tirar literalmente do lixo sua esperança de uma vida melhor, hoje comemora a conquista do diploma de médico conquistado graças à obstinação, como ele mesmo define.
Foi na quadra 20 da QNL, mais conhecida como Chaparral e pelos altos índices de violência, que o então menino Cícero cresceu. Na época, ainda era chamado de Juca pelos sete dos 20 irmãos que conseguiram sobreviver à pobreza.
Quando tinha apenas três anos, o pai morreu e o futuro que já seria difícil se tornou pior. A mãe de Cícero encontrou no álcool a fuga para as mazelas da periferia que tomaram conta de sua casa. O irmão mais velho passou a traficar e usar drogas. Momentos que marcaram a mente de Juca.
— Meu pai, antes de morrer, pediu ao meu irmão mais velho que cuidasse de nossa família, mas ele não suportou. Ele se envolveu com as drogas e passou a usá-las dentro de casa. Isso aqui era cheio de gente drogada. Eu via meu irmão cheirando cocaína ao meu lado.
Em meio ao caos, Cícero buscou meios para sua própria subsistência. E foi buscar no lixo o que comer. Entre lágrimas, ele lembra o que precisava fazer para comer e ajudar a irmã mais nova.
— Eu tinha que chafurdar no lixo para encontrar comida. E muitas vezes encontrava pedaço de carne podre, iogurte vencido, resto de comida que ninguém queria. Era aquilo que me alimentava. E no meio do lixo surgiu a minha oportunidade de uma vida melhor.
No meio dos restos, Cícero encontrava livros e discos de vinl velhos. Os livros passaram a ser o refúgio de tanta desgraça. Os vinis, a trilha de uma trajetória que ele jamais imaginava percorrer.
— Eu lia tudo que encontrava pela frente. Eram livros velhos manchados pelo chorume de lixeiras de supermercados, mas era a única coisa que eu tinha. Os vinis eu escutava na casa de um vizinho. Beethoven e Bach foram minhas inspirações.
A irmã de Cícero o matriculou na escola pública próxima a sua casa. Só conseguiu chegar ao ensino técnico graças à ajuda de professores e amigos. Decidiu fazer o curso de técnico em enfermagem que passou em segundo lugar na seleção feita pelo Cespe, banca que integra a UnB (Universidade de Brasília).
Ao concluir o curso logo veio a primeira vitória. Foi aprovado no concurso da Secretaria de Saúde para técnico em enfermagem e passou a trabalhar no HRT (Hospital Regional de Taguatinga). Mas ainda era pouco para quem estava acostumado com tanta dificuldade. Então ele buscou o que já procurava desde a infância. Passou para o vestibular de medicina em uma faculdade particular de Araguari.
Cícero estudava de segunda a sexta-feira e aos fins de semana tirava plantão de 40 horas no HRT. Não tinha outro jeito. Acabava perdendo as aulas da manhã de segunda, mas tinha a ajuda dos professores. O salário que recebia ia todo para o pagamento da mensalidade. Sobrevivia de doação e da própria determinação.
Como a rotina estava muito difícil, Cícero decidiu fazer o Enem e tirou nota suficiente para lhe garantir uma bolsa de estudos em uma faculdade particular do DF. Passou a estudar medicina no Gama onde enfrentou o preconceito racial e a rotina de estudos. Mas para quem trazia cicatrizes da infância, ser vítima de preconceito era apenas mais uma etapa a ser vencida.
— Eu nunca pensei em desistir. Meus companheiros sempre foram os livros e a música clássica me dava leveza de espírito para seguir em frente. Eu pensava que se Beethoven se tornou um dos grandes compositores da história eu também poderia me tornar um bom médico.
E deu certo. No dia 6 de junho deste ano, o menino Juca se tornou o doutor Cícero Batista. Na formatura, foi ovacionado por professores, colegas e os pais daqueles que costumavam discriminá-lo por ser negro e pobre.
Hoje faz questão de contar a própria história no lugar onde tudo começou. A casa ainda sem nenhum conforto na QNL 20 é o lugar que abriga a mãe e os livros achados no lixo e nas paradas de ônibus. Os planos agora são outros, mas sempre focados em dias melhores.
— Eu quero justificar a confiança que meus professores e meus amigos depositaram em mim. Por isso estou focado em me tornar um bom médico, dar uma vida melhor para minha mãe e depois me especializar em psiquiatria ou pediatria. Mas ainda penso estudar Direito, quem sabe.
Fonte: R7
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