{ Leia ao som de - Another Day In Paradise }
Você será lembrado todas as vezes que eu olhar o pôr-do-sol
Ontem eu fui ao funeral do meu
tio, eu senti a eterna dor da perda – perder alguém tão próximo da gente, é
quase inaceitável -. A dor é irreparável, sem duvida, a saudade é latente e
interminável. Está no funeral de alguém que fez parte da sua história, não é
uma tarefa fácil de aceitar.
Quando vi meu tio ali naquele
estado, entre um caixão e flores, com o semblante em paz, e pessoas inconsoláveis ao seu lado, foi como se um pequeno e rápido filme passasse
pelos meus pensamentos, pude ver nossos momentos juntos em família, e são esses
registros felizes que guardarei comigo – os melhores momentos intensos vividos
ao lado do meu tio, o tio falante, engraçado e às vezes calado, mas único pela sua singularidade, entre os 9 irmãos ele se
destacava com seu jeitão caipira de ser, era o irmão de todos,e o teimoso, mas que agora nos deixou órfãos da sua voz
estridente e do seu sorriso marcante, o grande homem que foi e sempre será
para a nossa família e seus 5 filhos que os deixa cheios de saudade.
Por mais que tento não tem como fingir que está tudo bem, ou que nada aconteceu quando vem as lembranças dos bons momentos. Cadê a coragem para aceitar a realidade?
Por mais que tento não tem como fingir que está tudo bem, ou que nada aconteceu quando vem as lembranças dos bons momentos. Cadê a coragem para aceitar a realidade?
Vê-lo naquele caixão quase invisível
em meio ao choro e ao desespero daqueles que o amava demais para se despedir
com um “adeus”, só resta dizer “até logo tio”. Ainda não me adaptei com a
palavra adeus.
E assim somos apresentados à morte de maneira
rápida e silenciosa. A impressão que fica é um misto de emoções, as piores ou as
mais certas possíveis.
Ver meu tio pela ultima vez foi como
um choque de realidade, como se a existência dele fosse zerada (é como se ele nunca
estivesse aqui), a partir daquele momento tudo que ele viveu já não existia
mais, porque querendo ou não o tempo ameniza a dor, cicatriza a saudade e as
lembranças de quem ele foi vão se tornar apenas alguns pequenos flashs, e sua
missão se cumpriu.
Fiquei ali, por alguns segundos, imersa em
meio aos meus pensamentos, enquanto olhava seu corpo frio que de certa forma me
passava paz – não sei – mas algo naquele semblante me dizia “está tudo bem”.
Porque a morte chega no silêncio,
sem reservas, sem preferências. Se vão, todos: pobres, ricos, negros, brancos,
os de caráter exemplar, o pai de família, e até o bandido, também as crianças. Para
a morte não existe etnia capaz de mudar isso, ela pode vim hoje como um furacão
e pagar a todos de surpresa, ou amanhã ou daqui cem anos, mas ela virá e a sua
força é maior do que o homem possa supor.
Esteja certo de que viveu seus
dias de glórias e de lutas, assim dizia nosso eterno Chorão (Charlie Brown Jr).
Então faça valer a pena cada segundo da tua existência. Supera suas magoas, perdoe
seus inimigos, apenas perdoem e permita que eles saibam o quanto você os
perdoou, parece insuportável aceitar tamanho “absurdo”, mas acredite isso o
tornará mais digno da sua própria história. Siga adiante eternize seus momentos
em vida ao lado das pessoas que realmente modificam e intensificam os seus dias
na terra. Porque do outro lado dessa vida ninguém conhece.
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