Como Tudo Começou Em Minha Vida - Até Os 15 Anos




                                           
                                                                                       
                                            

                                                                 






Foi no Hospital Antônio Teixeira Sobrinho, no Estado da Bahia que eu nasci exatamente às 16h15min no dia 19 de Outubro no ano de 1989. Nasci com 48 cm e 3,800kg (bem gordinha, rs).  Conta minha mãe que fui uma menina que sempre gostou de brincar de boneca, e brincava muito com uma tia, a tia “solteirona” da família da minha mãe, o nome dela é Cleuza, nossa até hoje tenho um carinho todo especial por ela. A tia Cleuza e minha mãe, Terezinha foram à vida toda criadas em uma fazenda, no interior de Salvador – BA. A minha avó era muito boa, segundo relata minha mãe, trabalhadeira, cuidava bem dos filhos, que alias, diga-se de passagem, eram no total de 15 filhos, mas morreram 5 no parto e por causas naturais. Ufa! Essa minha avó foi uma guerreira, 10 filhos não é pra qualquer uma ‘rs’, apesar de não demonstrar o amor  que sentia por cada um de seus filhos. Com tantos filhos para dá atenção, minha mãe se sentia sozinha e desprotegida, sentia necessidade de carinho por parte de seus pais, a carência se tornou um marco em sua vida a cada fase de sua infância e adolescência...

Conta minha mãe que no começo de sua adolescência, ela sonhava em ser mãe. O tempo foi passando e quando ela completou 15 anos começou a ter muitos sonhos com uma menina, segundo ela essa criança era linda, descreve seu perfil como: morena, dos olhos acastanhados e cabelo lisinho, a menina sempre se aproximava dela em seus sonhos, e ela sentia em seu coração que essa menina seria sua filha, a cada sonho ela se sentia mais feliz que se repetiram por muitas outras vezes.
Assim o tempo foi passando, e ela se tornou uma  mulher que jamais deixou de lutar pelos seus ideais e sonhos. Certo dia ela conheceu um rapaz, da cidade vizinha, o rapaz gostou muito dela e tinha planos de leva-la ao altar, mas ela recusou, pois em seu coração algo lhe dizia que ainda não era o tempo para se casar.

Um determinado dia, ela adoeceu e precisava se tratar na cidade com recursos de um hospital moderno, então foi levada para ser tratada sua doença, foi quando sua madrinha não permitiu que ela voltasse para a casa de seus pais. A partir muitas coisas iriam mudar em sua vida a começar pela nova cidade totalmente diferente de onde ela vivia com sua família. Sua madrinha fez com que ela se sentisse da família e com apenas 15 anos ela percebeu o quanto sua vida tinha mudado, ah, antes que eu me esqueça ela conseguiu se curar da doença (motivo de alegria). Teve a chance de estudar, concluindo o magistério em 1979. A sua juventude não nada fácil, as lutas estavam apenas começando, mas também foram impressas de bons momentos.

Após a sua formatura, foi logo trabalhar em cidadezinha do interior, dedicando sua vida a ensinar aquelas crianças. Mas seu maior sonho ainda era o de um dia ser mãe, ela nunca desistiu, que bom né, ‘rs’.  Passados muitos anos, ela voltou a sonhar com aquela menininha dos cabelos escuros, chegou até tê-la em seus braços amamentando-a, sentia que era real de tanto que seu coração desejava ser mãe.   Ate que um dia, já com 24 anos, ela teve uma grande hemorragia a noite, no segundo dia da sua menstruação daquele período. E a partir desse dia suas visitas ao médico eram frequentes, para descobrir o que seria. Ela conta que certo dia quando já trabalhava no hospital como auxiliar de enfermagem, já com 27 anos, voltou a sonhar de novo que estava gravida e que sua filha nascia e logo completará três anos, minha mãe não compreendia mais o que significava aquele sonho coberto de mistério.  Com uma semana após esse sonho, ela voltou a apresentar um quadro sério de hemorragia, então decidiu procurar um médico de sua total confiança, e para sua imensa tristeza ela ouviu o que jamais queria ouvir do seu médico, algo que dilacerava naquele momento o seu sonho, mas que bem lá no fundo sua fé em Deus continuava, ela descobriu que jamais poderia engravidar, pois corria sério risco de vida, pois havia desenvolvido um tumor chamado mioma que precisava ser operada urgente sem condição alguma de fazer um tratamento, ali mesmo seu mundo desabou, minha mãe era saudável, já há via se curado de outra doença a tantos anos atrás e derrepente descobre no auge de sua juventude que tem um tumor, é realmente naquele momento ela teve que ser forte para enfrentar mais essa batalha em sua vida. Ela conta que naquele momento as lagrimas tomavam conta do seu rosto, e seus pensamentos foram tão altos que o medico ouviu o que ela falava para Deus. O medico então olhou para ela e sem saber como consola-la perguntou o porquê às lagrimas? vai ficar tudo bem com você. Então  ela respondeu que ali mesmo o seu sonho de ser mãe tinha acabado. 

 E sem pensar ele respondeu, “esqueça esse sonho, pois de fato ele é impossível. Vamos cuidar de fazer os exames para operar o quanto antes. Porque o que importa agora é sua saúde, e não irei lhe receitar medicamento algum porque de nada adiantara.”  


Minha mãe diz que naquele momento as nuvens se escureceram, ela já não sabia se iria trabalhar ou se só se lamentava aos prantos, pois achava que a vida não tinha mais o mesmo sentido, afinal ela ainda não conhecida o verdadeiro amor de Deus e tudo que esse amor seria capaz de fazer.
A dor constante em seu ventre continuava devido ao tumor que ali estava presente, para a tristeza de minha mãe, então ela resolveu fazer logo os exames assim mesmo como o medico havia lhe pedido, para operar o quanto antes. Quando faltava apenas duas semanas para a cirurgia ela lembrou que para Deus nada era impossível, o que era impossível para o homem era totalmente possível par Deus. É bom lembrar que desde que ela descobriu o tumor, desacreditando do diagnostico do medico que havia lhe falado que só poderia cura-la fazendo a cirurgia para a retirada do mioma, na esperança de encontrar outra forma que não fosse a cirurgia ela resolveu visitar mais 6 médicos todos sem exceção lhe deram o mesmo diagnostico, e sua pergunta era a mesma para todos os médicos, que se ela poderia engravidar mesmo com o tumor, e todos lhe responderam que sim, mas que a gestação não passaria do 3º mês, o que seria também um imenso risco para sua vida. Conta ela que os papeis já estavam todos prontos para a cirurgia só esperava o dia chegar, foi então que achou melhor esperar em Deus, sua ultima esperança era Nele, e ela espero, e nunca mais voltou ao consultório do medico que iria opera-la e de nenhum outro. E para sua alegria a hemorragia começou a diminuir e ela passou mais cinco longos anos com o problema, agora bem mais tranquilo, sem lhe prejudicar em nada, ela não quis operar na época e tocou sua vida como se não tivesse problema algum em seu ventre, viveu normalmente, trabalhando como uma jovem comum com uma imensa vontade de viver.
Passado os cinco anos, eis que surge o meu pai, eles se conheceram por telefone, nada muito comum nos dias de hoje (que contamos com a ajuda da  internet), ficaram se falando por telefone durante três meses, tempo e assunto demais para eles que nunca se quer se virão por foto, mas enfim... Resolveram marcar um encontro em algum local da cidade, e por algum motivo, que minha mãe não me falou, eles não se encontraram nesse dia combinado. Resolveram tentar mais uma vez e dessa vez parece que deu certo e enfim se conheceram, minha mãe conta que logo que eles se conheceram já se apaixonaram e viveu um intenso e forte amor, namoraram um curto período e logo meu pai decidiu que queria casar, minha mãe surpresa e ao mesmo tempo muito feliz, decidiu alerta-lo quanto ao seu problema de saúde, ela disse que se ele não quisesse casar, ela entenderia, mas se se casassem ele estaria ciente de sua situação, de que eles “jamais” poderiam ter um filho juntos.  Meu pai a deixou muito a vontade com sua resposta quando afirmou que a aceitaria exatamente como ela era e que o amor dos dois seria suficiente para sua felicidade. Minha mãe não conteve sua emoção, afinal ela queria muito ser mãe, mas por outro lada estava desiludida com essa ideia e o meu pai era o conforto que ela tinha, pois o amor que ela sentia por ele era capaz de diminuir aquela dor de saber que “nunca” poderia ser mãe. Mas conforme o tempo passava ela ia aceitando mais a ideia e ocupando sua mente com os preparativos do casamento, faltando alguns dias para eles se casarem, ela resolve fazer uma visita ao seu primeiro medico (o que havia lhe falado que ela tinha o tumor), ele ficou surpreso ao vê-la bem, ela o procurou para avisar que decidiu que iria engravidar, e ele muito aflito lhe lembrou de que ela não poderia, e se caso decidisse tentar que não forçasse nada deixasse acontecer naturalmente, ela concordou.
Chegado o grande dia do casamento dos meus pais, foi tudo muito simples, porém lindo exatamente como eles tinham planejado ser, assim relata minha mãe. Passaram-se um mês e vinte dias após o casamente deles e minha mãe já começara a sentir os primeiros sintomas da gravidez, ao enjoar depois de ter almoçado, passou mal e vomitou, ela achava que fosse algum alimento que ela comeu que não a fez bem, nem desconfiava da possibilidade de estar gravida. Depois do ocorrido ela resolveu tomar um chá de boldo, e por sua essência ser muito amarga, além de ser uma erva que causava o aborto, ela tomou e poderia ter perdido o feto ainda em inicio de formação, porém ela vomitou também o chá evitando assim que ele ficasse em seu organismo correndo o risco de eu não existir, mas Deus já cuidava de mim.  
Ela continua a trabalhar normalmente mesmo passando mal durante todo o tempo, mas nunca passou por sua mente que estaria gravida, depois de uns dias ela resolveu procurar seu medico para ser medicada daquele desconforto e náuseas. Mas para sua surpresa o medico falou que iria solicitar um exame de gravidez no mesmo dia alegando ser um caso de urgência, preciso do resultado hoje, porque você está gravida! Disse o medico a minha mãe, que com um sorriso foi imediatamente fazer o exame  apesar de não acreditar ainda que estava realmente gravida pois já não sonhava mais, só esperava em Deus.  Para sua surpresa o teste deu positivo (ihul! Carlinha, a bordo,rs), ela não conseguia se conter de emoção. Saiu do consultório sorrindo, pois já sabia que era mãe, e só conseguia agradecer a Deus por tamanha alegria que sentia, em seu pensamento orou dessa forma: “Deus, se for da tua vontade eu ver a rosto dessa criança, para atua gloria e que seja feita a tua vontade, sempre. amém”. Então se medico recomendou que tranquilidade fosse essencial naquela gestação de “risco”. Quando ela completou quatro meses de gestação, quatro meses em que eu já EXISTIA, ela começou a sentir meus primeiros movimentos (olha que coisa, eu também senti minha filha se movimentar com exatos quatro meses de gestação e foi uma emoção tão gostosa, nunca poderei me esquecer), e desde o começo de sua gestação minha mãe já conversava comigo, mas foi só com os quatro meses da gravidez que eu comecei a se mexer como um sinal de que entendia o que ela sentia e falava comigo, ela sempre me tratou como sua “filhinha”, pois em seu coração ela sentia que aquela menina dos seus sonhos tão antigos se fazia presente em seu ventre, comprovando assim que seu sonho se tornara realidade. Ao quinto mês de gestação minha mãe teve uma forte contração (principio de aborto), teve que ser internada as pressas, no mesmo hospital em que meu pai trabalhava, imagina como ele ficou aflito ao ver minha mãe naquelas condições, o medico a examinou e a diagnosticou como não podendo da continuidade a gravidez, pois seria extremamente arriscado, pois minha mãe corria serio risco de vida, a opção devia ser feito naquele dia mesmo e com urgência, pois minha mãe já não podia me ter em seu ventre (“eu poderia ser o motivo da sua morte”), mas minha mãe não perdeu sua fé em Deus, sem ao menos derramar uma lagrima, ela respirou fundo e disse: -- Eu não aceitou operar, deve haver outra solução. Irei para minha sogra e lá pensaremos no que fazer, Deus vai da à solução, amanha mesmo procurarei meu medico e resolveremos essa questão.  No dia seguinte já no medico que acompanhava seu pré-natal, ele recusou a operação e pediu um ultrassom analisando as imagens o medico pediu para que ela ficasse de repouso absoluto durante dois meses, pois ao completar sete meses ele iria fazer uma cessaria para que as duas (a criança e ela) sobrevivessem, era a única forma de continuar a gestação... Então minha mãe seguiu todas as orientações do medico esperou completar o sétimo mês. Enquanto isso ela conta que nesse período de repouso ela passou por alguns aborrecimentos, chorou também, mas sempre se manteve calma para manter minha tranquilidade, pois sua maior preocupação naquele momento era minha bem estar, falava comigo, dizia que Deus cuidava de nós e que tudo ficaria bem, diz ela que quando fez exatos oito meses (milagre! Eu sobrevivi ao oitavo mês, que bom acho que Deus me mostrava o quanto eu seria forte e ao mesmo tempo frágil), eu soluçava e ela sentia, mas geralmente isso acontecia porque ela estava triste, segunda ela eu sentia sua tristeza e o soluço era a forma de dizer que estava ali, junto dela não importando a situação. (A partir do oitavo mês ela começou a passar muito mal, pois o mioma crescia junto comigo minha mãe costuma dizer que sentia que estava gravida de gêmeos, pois essa era a sensação), sua barriga crescia muito rápido, então devido a esse contratempo ela visitava o medico a cada 15 dias para ter certeza que nada fugia do controle. O medico ainda tinha duvidas quanto ao parto, se seria normal ou cessaria devido ao grande risco que tanto eu quanto minha mãe corria, mesmo com tantos momentos delicados de sua vida, minha mãe não sentia medo ela só queria me conhecer e me ter em seus braços, para que eu dessa continuidade a sua geração. Ela pensava em escolher logo o nome, fez uma seleção dos que gostaria e anotou em uma caderneta, arrumou todo o enxoval, com o pensamento de que se ela não sobrevivesse a parto seria um daqueles nomes que ela desejaria que eu tivesse, e nesse mesmo caderno ele dizia as duas pessoas que poderiam cuidar de mim na sua ausência duas tias, uma a irmã do meu pai (tia Neuza) e a tia Cleuza (que falei no começo da história) a irmã de minha mãe, isso só iria acontecer caso ela não sobrevivesse ao parto.
Os dias se passaram depressa e enfim chegou o dia em que eu nasci, e saiu tudo com um dia minha mãe havia planejado, ocorreu tudo bem no parto, ao contrario do que os médicos esperavam inclusive o parto foi normal, o que já era um milagre para a medicina, justamente pelo serio problema que minha mãe tinha, não poderia ter sido normal, mas minha mãe costuma dizer que Deus escreveu a nossa historia desde o principio Ele cuidou de nós com muito zelo.  Ate aquele momento ela não sabia o sexo do bebe, assim ela preferiu, testou sua fé em Deus, pois seu coração desde sempre estava Nele e os sonhos eram tão reais... Que seu coração sempre soube que seria uma menina, ate ela me pegar em seus braços, minha mãe diz que eu era um bebe lindo, meu pai não quis entrar no centro cirúrgico estava muito emocionado e apreensivo, pois eram minutos decisivos, ele sabia o risco que minha mãe e eu corríamos, posso imaginar o desespero dele naquele momento, era um misto de emoção que só ele poderia descrever. 


[AMANHÃ TEM MAIS...]


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